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Saudade e mais saudade

13 nov

Saudade de quando com dois reais eu me sentia rico. Saudade de quando eu não precisava me preocupar com os problemas da vida. Saudade de quando não havia espinhas. Saudade de quando o triângulo era apenas uma figura e não um monte de cálculos. Saudade de chegar em casa e não precisar me preocupar com infinitas lições. Saudade de quando o mundo parecia inocente. Saudade de quando vários medos bobos me assombravam todos os dias. Saudade de quando os trovões pareciam querer derrubar o mundo. Saudade de brincar na areia, do enterrar bonecos. Saudade dos tantos peixinhos ganhados da escola. Saudade de brincar de esconde-esconde. Saudade do passar o dia na piscina apenas brincando. Saudade de quando não havia a distinção entre certo e errado. Saudade de brincar, observar e judiar das formigas. Saudade de quando qualquer ato era uma felicidade e não um motivo de chacota. Saudade do saber dançar sem vergonha. Saudade de quando o mundo parecia um paraíso.

Saudade de quando o quarto parecia um espaço sem fim. Saudade do andar de bicicleta com o irmão. Saudade de quando as filas eram sinônimos para mais tempo para brincar e não de dores de cabeça. Saudade de quando não tinha conhecimento da hipocrisia do mundo. Saudade de comprar balas e salgadinhos e me sentir super alegre como se fossem ouro e não comprá-los apenas por gula. Saudade de quando dez reais pareciam cem. Saudade de quando achava que tudo duraria para sempre. Saudade do deitar no colo da mãe pra dormir. Saudade do sentir medo e ir dormir com os pais. Saudade de quando as pessoas pareciam realmente encantadoras. Saudade de promessas aparentemente sinceras. Saudade do não ver o tempo passar. Saudade do pensar em não estar sendo tragado pelo mundo. Saudade do não precisar nem saber procrastinar. Saudade da infância, do passado, de tudo. De você.

 

 

 

Nostalgia, Presente e Futuro

17 set

Ano de mil novecentos e noventa e dois, durante o treino de judô de meus irmãos, minha mãe se sente mal e é levada para o hospital. Já era noite e estávamos quase no fim do ano. Mais precisamente na noite do dia cinco de novembro. Nasci prematuro de sete meses. Segundo minha mãe, eu poderia ser colocado dentro de uma caixa de sapato devido ao meu tamanho. Algumas pessoas acreditavam que eu não sobreviveria, porém, cá estou eu firme e forte.

Diria que sou razoável quanto as minhas memórias de infância. Lembro que existia um grande pedaço de terra no quintal de casa com uma grande árvore de mangas e logo ao lado existia um ranchinho onde eram guardados vários objetos velhos. Eu tinha muito medo de chegar perto daquela árvore porque tinha muitas folhas no chão e isso dava impressão que sairia um bicho do meio daquela folhagem. Lembro que gostava de provocar um cachorro chamado “chibi” que vivia embaixo do carro de minha mãe. Eu sempre queria brincar com ele, mas ele não gostava de crianças, então eu jogava cabos de vassoura, água e pedra pra ver se ele saia pra brincar comigo.

Crescendo mais um pouco, lembro dos primeiros dias da escolinha, meus irmãos me levavam e buscavam de bicicleta (eu sempre ficava sentado atrás, naquela gradinha que machucava a bunda e ficava abraçado neles com medo de cair) e no meio do caminho sempre passávamos no meio de um atalho entre dois bairros que tinha uma pequena estrada de terra e grandes árvores em volta. Uma coisa que me faz lembrar muito dessa estrada de terra foi um dia em que tinha um bicho morto no meio do caminho e meu irmão disse que quem tinha matado aquele bicho foi o “chupa-cabra”. A partir daí eu tinha muito medo do “chupa-cabra” e imaginava que era um bicho parecido com um cachorro grande, pelos amarronzados e com olhos vermelhos. Assustadoramente assustador.

Na primeira série, lembro do primeiro dia que eu chorei muito e queria minha mãe ao meu lado, porém uma menina chamada Jaqueline (sério, era o nome dela) veio querer me acalmar. No mesmo dia a professora tinha pedido pra pintar um desenho e eu não tinha lápis de cor e quando fui pedir emprestado pra uma menina ela me disse um “não” bem enfático. Cards e bonequinhos do Pokémon que vinham naqueles guaranás eram os melhores brinquedos para mim. Lembro de um menino que quis roubá-los de mim sem eu perceber e eu o dedurei para uma mulher adulta que estava por perto. Ele se ferrou.

Todo mundo gostava de Castelo Rá Tim Bum, Cocoricó, Pequeno Urso, etc. Realmente fui uma criança sem cultura literalmente. Nunca gostei desses programas, mas queria gostar pra ter assunto com meus colegas. Ao invés de assistir televisão eu sempre ficava jogando vídeo game ou brincando com meus bonequinhos de papel. Bonequinhos de papel. Esses fizeram grande parte de minha infância. Eu procurava desenhar todos os personagens do Dragon Ball e dos Cavaleiros do Zodíaco, cada um com no mínimo trinta personagens. Sério, eu gastava horas e horas desenhando, pintando e recortando eles pra brincar durante as tardes inteiras. Era até mais divertido porque bonecos eram muito caros, então pelo papel eu podia brincar com qualquer personagem que eu quisesse.

Não gostava de carrinhos, jogar futebol, empinar pipa e ficar na rua. Sempre fui a ovelha negra da família inteira. Sempre me diferi das pessoas na escola. No jardim de infância, por exemplo, eu ganhava de todo mundo pra ver quem ficava mais tempo no bambolê. Gostava de ajudar a criar as coreografias e desenhos para as festas da escolinha. Hoje sou totalmente ao contrário. Não sei dançar e rebolar nada e não sou tão participativo na escola. Mudei e nem percebi.

Sofri bullying na quarta. Gostava de levar meus desenhos para escola, porém alguns meninos os pegavam e saiam correndo fazendo-me ficar bravo e começar a correr atrás deles feito louco. Certa vez, a professora mandou uns 5 meninos escreverem uma cartinha pedindo desculpas para mim. Até hoje, de certa forma, sou zuado na escola.

Meu medo de fantasmas veio da infância. Lembro que só de assistir filmes ou reportagens sobre aparições de espíritos eu não conseguia me mover do sofá. Medo de ir ao banheiro, ficar no escuro por muito tempo e deixar luzes acessas prevalecem até os dias de hoje.

Tive contato com filosofia quando criança e não entendia muita coisa. Hoje não sou expert no assunto, mas procuro sempre entender. Por causa da filosofia a professora dizia que eu era “mais amadurecido” que os outros garotos. Dizia que eu tinha cabeça mais a frente e tinha mente mais aberta. Comecei a me interessar a partir daí por debates sobre coisas polêmicas com colegas de classe. Você sempre fica muito pensativo.

A mente humana é algo incrível. Você se lembra exatamente das coisas que te marcaram e nunca esquece. Nada dura pra sempre, porém é bom aproveitar enquanto dura. Digo isso para as amizades que tenho nos dias de hoje. O tempo está passando muito rápido e daqui a um ano talvez, o hoje possa ser o passado nostálgico que estará batendo em mim, em você ou em nossas portas.

Talvez ou em breve.

 

 

 

Mudanças Drásticas

8 maio

É, notei que os únicos dias que são possíveis pra eu postar são só aos sábados ou domingos. Afinal, tempo pra fazer isso KD.

Estudar manhã, tarde e noite não é fácil. Vou até parar de fazer francês aos sábados de manhã. Shit, é algo que eu gostei, mas francês necessita de tempo pra estudar, coisa que eu não estou tendo. Não estou tendo nem tempo pra estudar japonês e revisar as matérias do cursinho. É, se continuar desse jeito vou me ferrar no vestibular. Mas ainda bem que pelo menos o ensino técnico vai acabar, e assim sobra tempo pra estudar.

Enfim, chega de abóbora né.

Outro dia na escola, um pessoalzinho (e a liroulee) estávamos discutindo sobre o que fazíamos na infância.

E comecei a pensar no que eu fazia quando criança e agora não faço mais.

É, vou fazer uma listagem e com certeza vai sair porcaria. Lá vai:

– Antes eu era MUITO ativo (já pensou besteira né safadsinho/a). Vivia correndo e tals, não parava quieto perto da minha mãe. Agora sou muito da paz (fumei –n), fico na minha e procuro não mexer com ninguém, aloca.

– Antes eu era muito tagarela. Nas reuniões da 1° e 2° série, a professora falava que o meu único defeito era que eu não calava a boca e ficava andando na sala. Hoje nem levanto da carteira e nem converso direito. Acho que sou tão mudo que várias professoras dizem que sou um bom aluno, VERDADE. E uma delas disse pra minha mãe que queria ter um filho como eu. Sou foda, falaê –n.

– Antes eu dançava pra caralho. Dançava É o Tchan PQP, e uma vez na formatura do meu irmão eu era o único pivete da festa. Dancei tanto que ganhei um cd do DJ, aloca. Na pré-escola eu é quem dava idéias de como fazer alguma coreografia –Q e eu ganhava de todo mundo na disputa de bambolê HAUIEH NÃO RI.  Agora não sei nem mexer as pernas direito. Admito que algum tempo atrás eu dançava alguns techpara que eu aprendia sozinho em casa só olhando os vídeos. Mas quando eu danço, danço em casa, não danço na frente dos outros e

– Antes eu comia de tudo praticamente. Comia verdura, fruta, etc. Hoje essas comidas não estão incluídas na minha dieta diária.

– Antes eu gostava de piscina. Não podia ver uma que já caia dentro. Hoje nem gosto de entrar na piscina. No máximo é molhar os pés, aloca.

– Antes eu nem ligava para muitas pessoas em minha volta. Hoje não gosto de aglomeração do meu lado. Me irrita.

– Antes eu jogava MUITO vídeo-game. Agora nem jogo muito. Só uma vez a cada 2 a 3 semanas.

– Antes eu gostava de ler gibis da Turma da Mônica. Faz anos que não leio um.

–  Antes eu era esperto pra entender as coisas. Hoje sempre sou um dos últimos a entender HAUIEHAIUEH –q

Deve ter mais coisas, mas no momento não lembro de mais nada. Criatividade acabando.

Enfim,

No próximo post semelhante a esse, vou descrever o que eu faço desde criança até hoje e pressinto que essa próxima será bem maior do que essa.

Ja ne 😀